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terça-feira, 30 de agosto de 2011

JEAN - Cena 1 - Parte 2b

Naron fala:
-Claro, mestre!!! Por aqui. Vamos ao Gabrook.

Então o goblin se levanta e começa a se dirigir na direção dos navios atracados. Jean se levanta e segue logo atrás.

Nisso, uma dupla de guardas que Jean havia reparado há pouco olham em sua direção. Eles estão vindo da direção do navio em que Jean estava. Um deles fala em voz alta.

-Ei, você aí de capa preta! Venha cá!

Jean Volta-se para os guardas, mas permanece parado. Sob o manto, segura o cabo do sabre. E fala

- "Pois não, senhores. Do que se trata?"

Um dos soldados* nota a sua mão se movendo em posição suspeita sob o manto e se precavê colocando a mão em sua espada, ainda embainhada.

-Meu senhor, por favor mantenha as mãos onde possamos vê-las, por favor.

*(se fizer diferença, é o que está à sua esquerda, mais próximo da área de carga e descarga do porto do que das barraquinhas).

Jean não nota mais o seu amigo goblin por perto.

"Sacré Bleu! Que situação! Pode ser apenas uma inspeção de rotina, e eu passaria uma impressão horrível se agisse mal... por outro lado, se o braço de meu pérfido primo e sabe-se lá quais conspiradores estiverem com ele tiver me alcançadao aqui, deixar essa abordagem proceder pode me colocar numa enrascada da qual não sairei mais... Seguro morreu de velho. Vou-me!"

Jean dá uma guinada para direita (em direção às barraquinhas) e corre até conseguir colocar uma delas entre ele e a visão deles. Depois planeja se movimentar entre elas, rápida e silenciosamente, numa direção diferente e abaixado, e adentrar mais na cidade, deixando os guardas pra trás, utilizando táticas de "despiste".

-Ei! Volte aqui!

Diz o guarda que estava à sua esquerda e imediatamente corre atrás de Jean, que ouve um apito, aparentemente vindo do outro guarda, ele grita algo, mas Jean não ouve.

Jean passa perto da barraca em que comprou o lanche, o goblin que lhe vendeu o lanche faz algum sinal e fala algo em uma língua que Jean não entendeu, de repente o guarda não consegue alcançá-lo, o caminho ficou muito tumultuado.

As barraquinhas em geral vendem artefatos diversos (cada uma com uma especialidade, em geral), principalmente alimentos como peixes e frutas e alguns quitutes exóticos, mas nada de armas, ferramentas ou coisas similares. Esse tipo de coisa só em lojas.

Jean se esgueira abaixado, mas os guardas ainda estão conseguindo ter noção de onde ele está, Jean percebe dois guardas à sua procura, um à sua esquerda, outro à sua direita. Ele estima uma distância média de umas três a quatro barraquinhas entre os guardas e ele. Jean está andando de forma paralela à orla.

Jean já percorreu mais da metade das barraquinhas em seu ziguezague, mais cinco barracas em linha reta e ele poderá sair da zona das barraquinhas, no meio de um quarteirão de tamanho pequeno. De relance se vê que há uma rua de cada lado do quarteirão. Este quarteirão à frente é o segundo a partir da orla. Jean ouve uma música suave ao longe, mas não consegue discernir de onde vem (Nem está se importando muito com isso nesse momento, sendo um detalhe quase subliminar).

Jean está correndo meio abaixado, rapidamente estima que a rua mais próxima da orla está mais próxima dele e é pra lá que se encaminha, infelizmente o guarda à sua esquerda estava ainda mais próximo dessa rua, mas acabou se atrasando na multidão, tendo Jean pequena vantagem à frente do guarda. O outro guarda não está em seu campo de visão no momento.

Não parece que ele vá sair do campo de visão do guarda tão facilmente, mas Jean está conseguindo correr ainda. As casas nessa área possuem pé direito alto e não possuem telhado, somente lajes (são horizontais, em outras palavras). O prédio à sua direita é de dois andares, talvez algo administrativo, ele imagina sem se deter muito. A parede do prédio é lisa, sem ter onde escalar.

No quarteirão à frente há alguns caixotes perto de uma parede que ele poderia usar para subir no telhado, mas isso dificilmente lhe tirará do campo de visão do guarda que o segue. Além disso, há o cruzamento à frente no qual poderia dobrar em alguma direção. Infelizmente Jean não conhece a cidade e qualquer movimento será basicamente às cegas no que se refere a onde ir. E, no momento, nem lutar, nem se entregar lhe parecem soluções sensatas.

Assim sendo, seu plano passa a ser acelerar na corrida, dobrando em zigue-zague nas esquinas até tirar a si mesmo da visão dos guardas, e tentando fazer uma rota o menos retilínea possível. Pretende se aventurar por partes desconhecidas da cidade e, quando se sentir seguro, parar e pensar no que fazer.

Jean acelera. Decide dobrar à direita, para não ficar restrito à orla na sua fuga em zigue-zague. Quando chega na esquina o outro guarda (O que estava à direita nas barraquinhas) o vê e começa a correr atrás de Jean também, mantendo a sua decisão do zigue-zague, agora Jean dobra à esquerda. Os dois guardas estão em sua cola agora. Jean está dando sorte, embora esteja sentindo um pouco do esforço de corrida, mas se esforça para correr ainda mais rápido.

Dobra à direita e começa a ouvir a música um pouco mais alto agora. Ela o parece bonita, agradável. Jean dobra à direita de novo. Segue na direção da música.

O responsável pela música é um bardo de voz melodiosa que está cantando em uma taverna. Jean passa bem em frente à taverna. Ele pára a música quando o vê passar. Os guardas estão perdendo pra Jean, mas começam a reduzir a distância à medida que ele começa a ficar cansado.

O bardo percebe o que está acontecendo e então começa a cantar outra música, em uma língua estranha à Jean*.

*http://letras.terra.com.br/kiko-zambianchi/46826/

Jean corre bastante, dobra a primeira esquina, depois dobra em um beco à direita. O beco vai até a parte de trás da taverna e depois dobra em "L" à esquerda até a rua de trás.

Nos fundos realmente há lixo, caixotes, barris velhos e uma porta dos fundo, por onde parece que eles devem tirar o lixo e/ou reabastecer a taverna. Talvez seja só uma entrada de funcionários.

Se quiser se enfiar no monte de lixo, ele é grande o bastante. Hás alguns barris com espaço suficiente também, mas também estão podres e com um cheiro ruim. Dentro dos caixotes há lixo.

Jean observa um caixote melhor conservado um pouco afastado da parede, daria pra se esconder lá atrás sem ficar fedendo, mas sua roupa provavelmente ficará suja da parede e da madeira do caixote e sua mobilidade ficará reduzida (espaço estreito).

Jean olha pra trás, até o momento não apareceram os guardas, nem se ouve nenhum grito deles. A música continua a tocar dentro da taverna.

"O ser humano é capaz de atos incríveis em nome da sobrevivência quando abandona a dignidade..."

Pensa Jean enquanto se enfia no caixote supracitado e dá um bom tempo de descanso por lá...

Jean se espreme atrás do caixote e fica lá por um bom tempo. A música toca por mais um tempo, depois mais outra e mais outra e depois pára. Nenhum sinal dos guardas até o momento. Só se houve um burbirinho das conversas na taverna.

Jean recupera um pouco das energias, mas suas pernas continuam cansadas, ele começa a senti-las, quer sentar-se. Jean já ficou um bom tempo ali atrás e resolve sair.

No momento em que resolve sair, a porta se abre. Jean então não sai, espera mais um pouco. De relance deu pra ver que era o bardo que estava tocando mais cedo.

Jean ouve um barulho e depois o barulho de alguém urinando no beco. Depois de alguns segundos, o bardo pára de urinar e se ouve um novo barulho igual o primeiro. É um barulho baixo e você não faz idéia do que seja, só percebe que veio dele.

Jean ouve os passos novamente e então o barulho pára. E o bardo fala:

-Os guardas já foram, sabe? Você pode sair daí.

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